domingo, 27 de julho de 2014

Êxitos de verão

Conjunto de Bártolo Valença, Rapazes do ritmo, Ò Caparica, década de 1960.
Imagem: Olx


Informação relacionada:
No Bairro do Vinil

sexta-feira, 25 de julho de 2014

Trafaria e Cova do Vapor em 1946

A Trafaria é uma capital de freguesia de que depende também a Costa de Caparica.

Trafaria (Portugal), Vista geral e rio Tejo, ed. Martins/Martins & Silva, 28, década de 1900.
Imagem: Fundação Portimagem

Esta localidade tinha, em 1940, 1716 habitantes, repartidos em 679 lareiras e cerca de 700 famílias, das quais hoje [1946] apenas 40 vivem bem.

Há na Trafaria 330 famílias indigentes, o que quer dizer que cerca de 50% da população se encontra nesta má situação económica.

A localidade foi, na sua origem, uma aldeia de pescadores.

Aproximadamente no ano 1914, vieram instalar-se nela 3 fábricas de conservas de peixe.

Nesta altura, o peixe abundava na costa da Trafaria, de tal modo que as fábricas empregaram, além dos homens locais, operários que ali chegaram de fora.

Transporte da sardinha na Trafaria, Joshua Benoliel, início do século XX.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

Mas actualmente, como já o dissemos, não se acha peixe nenhum perto da costa. Ora, os pescadores não estão apetrechados para poder pescar ao largo da costa.

Trafaria, João Ribeiro Cristino da Silva, 1933.
Imagem: Cabral Moncada Leilões

De maneira que a base económica da Trafaria deixou de existir.

As duas fábricas de conservas não trabalham senão por intermitência, e a população local caiu na miséria.

O único expediente da localidade reside no facto de o desembarcadouro para os turistas da Costa de Caparica estar neste ponto da margem Sul do Tejo.

Les amants du Tage, Henri Verneuil , 1954.
Imagem: CAIS DO OLHAR

A Trafaria é portanto um lugar de trânsito e de estacionamento para os autocarros desta carreira.

Trafaria, paragem de autocarros, Mário Novais, década de 1940.
Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian

Existem em volta do embarcadouro vários cafés e restaurantes que servem principalmente os turistas de Lisboa e que estão particularmente frequentados nos domingos de Verão quando multidões enormes se encaminham para a grande praia da Caparica e inundam mesmo a praia local.

A praia da Trafaria não é conveniente para os banhos de mar, pois que as correntes do Tejo trazem para cá e acumulam em frente dela todos os despejos dos esgotos de Lisboa.

A primitiva aldeia nasceu de um triângulo natural disposto entre o Tejo e as duas encostas de um vale que aí desemboca; as casas mais antigas, por vezes muito pitorescas, estão aí agrupadas.

A localidade cresceu depois mais para o fundo do vale e ao longo da estrada (ramal da E.N. nº. 76-2ª) que liga com a Costa de Caparica.

Trafaria, Estrada da Costa, ed. Manuel Henriques, 16, década de 1900.
Imagem: Delcampe

Construiu-se tudo em grande desordem.

Há um número exagerado de ruas, muitas das quais são demasiado estreitas, e todas elas (ou quase) não tem arranjo nenhum, nem são conservadas de qualquer maneira.

Reina em muitos sítios um cheiro desagradável por falta de instalações sanitárias nas casas.

Há horríveis barracas, feitas com pranchas e com ferro-velho, e um grande número de casebres de todas as espécies que servem como habitação para uma grande parte da população, que por causa disso sofre de todos os danos físicos e morais.

A tuberculose reina aí.

Ouvi dizer que não era raro verificar que numa destas barracas minúsculas habita uma família numerosa composta por 12 ou 13 pessoas, o que cria uma porcaria inimaginável e uma promiscuidade depravadora.

Felizmente, a Trafaria possui uma boa escola primária e um bonito mercado.

Trafaria — Avenida Florestal, ed. Alberto Aguiar, década de 1930.
Imagem: Delcampe

Está actualmente em obras um pequeno "bairro para pobres".

As suas casas são bem pequenas, mas a sua criação respondeu a uma necessidade imperativa e deve ser considerada como o primeiro passo para o melhoramento da saúde física e moral dos indigentes da Trafaria.

O bairro contém 36 casas com 3 divisões, e 14 casas com 4 divisões.

As casas estão dispostas numa parte da mata do Estado e estão rodeadas de árvores que será preciso conservar na medida do possível.

Na parte Este da Trafaria, num terraço acima do rio, há uma cadeia militar e, na parte Sudoeste do vale, um quartel.

Nos pontos altos que dominam a região estão instalados dois fortes, e a maior parte da mata que veste os declives do planalto é pertença do Ministério da Guerra (zona militar).

No entanto, há também atrás da estrada nacional, uma linda encosta arborizada que não constitui parte deste domínio militar e do alto do qual se disfruta uma vista esplêndida sobre o Tejo e sobre as vastas paisagens da banda oposta.

Trafaria, Valle da Enxurrada, ed. J. Quirino Rocha, 3, década de 1900.
Imagem: Delcampe

Algumas pessoas muito espirituosas colocaram ali umas casinholas de fim-de-semana.

O sossego, a frescura e a beleza da vista de que elas gozam são objecto de inveja.

Grandes e lindas matas estendem-se ao pé desta encosta e a Oeste da Trafaria e pertencem ao Estado e à Companhia das fábricas de Explosivos.

Nos domingos de Verão, estas matas estão cheias de pessoas que aí resolveram fazer um pic-nic, vindas de Lisboa, o que é muito natural, visto estas florestas serem as mais acessíveis aos habitantes da capital, entre todas as dos seus arredores.

Com efeito, a passagem do Tejo num barco é muito agradável e não custa caro.

Infelizmente, o facto de haver nesta mata duas fábricas de explosivos, com os seus respectivos depósitos, constitui um perigo para toda esta gente, perigo que se agrava à medida que cresce o número da população local e dos passeantes.

Não devemos perder de vista a possibilidade de qualquer falta de cuidado da parte dos fumadores ou das mães de família que trazem consigo pequenos fogões para poderem cozinhar durante estes dias feriados.

Ora, vemos ao longo da praia da Trafaria uma verdadeira muralha contínua, feita de pedaços de madeira: são as barracas fixas para o “camping”, quase encostadas umas às outras, cuja construção foi autorizada pela Direcção do Porto de Lisboa, sem que tivesse sido aplicada uma regulamentação severa.

Trafaria, Praia dos Banhos, ed. J. Quirino Rocha, 4, década de 1900.
Imagem: Delcampe

É fácil imaginar que um incêndio venha, num dia qualquer, a estalar neste agrupamento perigoso, transformando-se forçosamente num braseiro que porá fogo à mata.

Este poderá chegar até aos depósitos de explosivos, que se encontram nela e mesmo bastante perto das ditas barracas.

Nestas condições é lógico preconizar o afastamento das fábricas de dinamite para fora deste sítio já tão povoado.

[...] a "Cova do Vapôr", um pequeno porto formado por uma enseada entre as dunas, perto da embocadura do Tejo.

Trafaria, Ponte de embarque, ed. Manuel Henriques, década de 1900.
Imagem: Restos de Colecção

Sobre a língua de areia que se formou entre o rio e o mar, ergueram-se minúsculas barracas de madeira, sobre estacaria, construídas nas parcelas das dunas que alugou aos seus proprietários a direcção do Porto de Lisboa. São casas de fim-de-semana ou de "camping".



Trafaria, casa na Cova do Vapor, 1949.
Imagem: Público

Lamento ter de dizer que tudo isto foi construído na maior desordem possível: as casinholas estão demasiado perto umas das outras e apresentam, no seu conjunto, o aspecto de uma aldeia de pretos.

Trafaria, casa na Cova do Vapor, 1952.
Imagem: Público

Não têm nem água, nem esgotos. As águas usadas e tudo o resto deita-se na areia, que se torna progressivamente insalubre e de mau cheiro. (1)


(1) Gröer, Etienne de, Plano de Urbanização do Concelho de Almada, PUCA, Análise e Programa, Relatório, 1946, mencionado em Anais de Almada, 7-8 (2004-2005), pp. 151-236.

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Mata do Estado e Quinta de Santo António


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Restos de Colecção

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Mata do Estado e Quinta de Santo António

A mata do Estado constitui uma separação entre a Trafaria e a Costa de Caparica e entre a Trafaria e a aglomeração que se chama "Quinta de Sto. António".

Costa da Caparica, Bairro de Santo António e Foz do Tejo, ed. Passaporte, 2, década de 1960.
Imagem: Delcampe, Oliveira

A mata representa, no seu estado actual, um dos grandes atractivos da Trafaria e da Costa de Caparica.

Uma certa parte dela está ocupada pela organização da FNAT.

Costa da Caparica, Entrada principal para a FNAT, ed. Passaporte, 88, década de 1960.
Imagem: Delcampe
Veja-se agora a obra magnífica social e turística.

Contemple do alto da curva da estrada para os Capuchos a vastidão da praia — a maior da Península, o veja ao Norte a F. N. A. T. ("Um lugar ao Sol"), notável realização portuguesa.

O Restaurante Vitória parece um brinquedo de criança.

Costa da Caparica, Entrada ao refeitório da FNAT, ed. Passaporte, 45, década de 1960.
Imagem: Delcampe

Como tudo isto é lindo!

Com o novo plano de urbanização, esta zona será em um futuro muito próximo, uma das melhores regiões do país, onde qualquer turista exigente, pode não só vir passar a época balnear como fixar residência.

in Correia, António, Roteiro da Praia do Sol, Jornal Praia do Sol, 1950.

Várias outras organizações semelhantes pedem constantemente ao Governo uma concessão de terreno na mesma mata, afim de instalar ali colónias de férias ou casas de repouso.

Não há dúvida que viver nesta mata seja muito agradável.

Mas não devemos esquecer o seguinte: se estas licenças forem concedidas, a mata encontrar-se-ia, muito em breve, dividida em pedaços e quase completamente cheia por construções (ainda bem se as árvores não se estragassem!).

Federação Nacional para a Alegria no Trabalho (F.N.A.T.).
Costa da Caparica, aspecto do almoço dos trabalhadores dos Sindicatos Nacionais, 1937.
Imagem: Arquivo Nacional Torre do Tombo

Isto quer dizer que ela deixaria de existir como passeio público, com grande prejuízo da Costa de Caparica, da Trafaria e dos habitantes de Lisboa.

Costa da Caparica, Alameda de Santo António, ed. Passaporte, 25, década de 1960
Imagem: Delcampe, Oliveira

Foi à margem da Estrada Nacional Nº. 10 – 1ª, entre esta estrada e a encosta abrupta do planalto, que foi construído o loteamento que tem o nome de Quinta de Sto. António, pois que ocupa as terras desta quinta.

Costa da Caparica, ed. Lif, 07, Quinta de Santo António, década de 1940.
Imagem: Delcampe

Este sítio não possui muitos atractivos na época de Verão, ficando um pouco encaixado entre a mata e a encosta o que o torna muito quente por causa disso.

Somente a proximidade da mata, que se estendo do lado oposto da estrada, lhe dá algumas vantagens.

Pelo contrário, este cantinho é muito bom para uma estação de Inverno, sendo protegido pela mata contra as intempéries do Oceano; muitas famílias de Lisboa, pertencentes à classe média, procuram viver aí durante o Inverno, por razões de saúde.

Costa da Caparica, Vista geral do Bairro de Santo António e Caparica, ed. Passaporte, 74, década de 1960.
Imagem: Fundação Portimagem

Ora, este talhamento foi feito e construído de uma maneira comercial, é muito denso e mal arranjado, sem qualquer compreensão dos princípios do urbanismo, o que o torna um bairro desagradável. (1)

Prefere construir em Santo António?

— Pois muito bem. Tome nota dos empreiteiros dignos do maior credito, que o servirão escrupulosamente; além do já indicado tem Júlio Cardozo, na Quinta de St.° António; José António Margaça e Júlio Oliveira, nas ruas 12 e Capitão Ribeiro de Cruz, na Costa da Caparica, e ainda Josias Nazaré da Encarnação, Rua Barros de Castro.

Com materiais para construção também não se preocupe. pois encontra bastante no concelho por onde escolher. Veja:

— Estância de madeiras de João Álvaro Pereira & Filhos, na Rua 10 (telefone P. S. 15), com todos os maquinismos modernos; Sociedade Comercial de Mosaicos, Ltd.a, Quinta de S. Sebastião (Andorinhas) Almada; Casa Artur, Rua Capitão Leitão também em Almada; Manuel Carvalho Rosa, no Monte de Caparica; Mecânica Piedense, Rua António José Gomes (telefone Almada 79) e Mecânica Piedense, Ltd.a, Rua Manuel Ferreiro [sic] (telefone Almada 182).

in Correia, António, Op. Cit.


(1) Gröer, Etienne de, Plano de Urbanização do Concelho de Almada, PUCA, Análise e Programa, Relatório, 1946, mencionado em Anais de Almada, 7-8 (2004-2005), pp. 151-236.

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Costa da Caparica — urbanismos


quarta-feira, 23 de julho de 2014

Costa da Caparica — urbanismos

Uma magnífica praia de fina areia estende-se sobre mais de 25 quilómetros, ao longo da costa Oeste do concelho e até ao Cabo Espichel. 

Plan du Port de Lisbonne et de ses Costes Voisinnes (detalhe), Jacques Nicolas Bellin, 1756.
Imagem: Bibliothèque nationale de France

É a melhor praia dos arredores de Lisboa e tem a vantagem de ser voltada para o Oceano. 

A água do mar é aqui muito mais pura do que nas outras praias próximas da capital.

Foi nesta costa que se formou a primitiva aldeia chamada "Costa de Caparica".

Do lado Norte, esta localidade está ladeada por uma grande mata nacional, que é continuada pela mata da Sociedade do Fabrico dos Explosivos e por uma outra que se estende sobre as encostas da Trafaria, que pertence ao Ministério da Guerra. 

É a mata mais acessível para os habitantes de Lisboa.

Estes dois elementos (praia e mata) e o preço relativamente reduzido da travessia do Tejo fizeram o grande êxito da Costa de Caparica, que não era, há dez ou doze anos, senão um agrupamento de barracas de pescadores e veio a ser uma estação balnear muito frequentada.

Infelizmente, o êxito fez também a desgraça da "Praia do Sol": construiu-se muito e sem qualquer plano previamente estabelecido ou qualquer fiscalização. 

Costa de Caparica, Praia Atlântico.
Pormenor de Solução Urbanística, Cassiano Branco, Arquitecto, 1930.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

Veio a ser uma aglomeração totalmente contrária a todos os bons princípios. As ruas são inumeráveis e não calcetadas, as casas são minúsculas, empilhadas uma ao pé da outra, sem espaço à volta de si e com uma distribuição interior feita sem a mínima compreensão.

Costa da Caparica, vista aérea, 1930 — 1932.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

Não há um só jardim, nem mesmo uma só árvore que pudesse refrescar esta densa acumulação de casas sobreaquecidas pelo sol ardente. (Mas temos de notar que nos raros pontos onde árvores foram plantadas, estas rapidamente se desenvolvem).

Costa da Caparica, vista aérea, 1930 — 1932.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

Aqueles que empreenderam a realização do desenvolvimento desta localidade não perceberam que de tal forma não se atingiam resultados duradouros.

Os fregueses, se eles tiverem a escolha, não quererão continuar a vir alojar-se em casas desprovidas de conforto, sem qualquer jardim, e que se alugam excessivamente caro.

A construção de um bairro balnear moderno, ao lado da aglomeração actual, talvez seja a única maneira a adoptar para obrigar os especuladores a reflectir um pouco sobre o que eles fizeram. 

Seria mesmo muito bom fazer-lhes concorrência (como preconiza o meu associado, o Sr. Arquitecto J. G. Faria da Costa) pela urbanização de outros cantinhos nesta praia, um pouco mais afastados, é verdade, (como a Fonte da Telha), mas cuja situação é ainda mais bonita do que a da Costa de Caparica. 

Centro Turístico Internacional da Costa, separata do Jornal de Almada, 1968.
Imagem: Sesimbra identidade e memória

Bastaria construir até eles uma estrada de circulação rápida e organizar transportes económicos.

A aglomeração da Costa de Caparica está disposta com um certo afastamento do mar e está separada deste por uma duna, parcialmente artificial. 

A beira da água mais próxima fica cerca de 330 metros das casas. 

Portanto, esta praia de areia tem uma largura um pouco excessiva para os banhistas, cansados pelo sol e pelos seus banhos, sobretudo nos dias de grande calor. 

Fonte da Telha, 2006.
Imagem: wikimapia

Por vezes, no fim da tarde, o caminho que eles têm de [sic] percorrer torna-se ainda mais desagradável, por causa do vento do Norte que varre a praia lateralmente e levanta cegantes turbilhões de areia.

Derivado [sic] a isso, o meu associado concebeu o projecto de avançar as construções até à beira da água.

Plano de Urbanização da Costa da Caparica, Faria da Costa, 1947.
Imagem: Fundação Calouste Gulbenkian

O futuro da Praia do Sol reside no seu arranjo turístico e não na pesca, que não dá ganhos suficientes. 

Os aborígenes deveriam exercer profissões ligadas com o serviço da população flutuante, visto haver neste sítio a possibilidade não só de desenvolver a localidade como praia de Verão, mas também como estação de Inverno.

Nesta eventualidade, a Costa de Caparica deve adquirir um carácter de arranjo mais cuidado e de maior conforto, de que carece muito menos uma estação de banhos de mar. (1)

Costa da Caparica, praias urbanas Costa Polis, 2009.
Imagem: Programa Polis

A intervenção do Programa Polis na Costa de Caparica abrange uma área de aproximadamente 650 ha, compreendendo a frente atlântica de praias entre a Praia do Norte e a Praia da Bela Vista, a frente urbana e zona rural a nascente do centro urbano, a área das dunas sul entre o centro e a foz do Rego bem como uma zona de matas localizada a nascente da Fonte da Telha.

A intervenção compreende a remodelação do actual paredão e a requalificação do espaço público na frente de praias entre a Praia do Norte e a Nova Praia; a criação de áreas de lazer equipadas; a relocalização e construção de novos apoios de praia e instalações de apoio à pesca; o prolongamento da actual avenida marginal (Humberto Delgado) e a construção de estacionamentos de apoio à frente de praias. 

E ainda a reabilitação das obras de defesa costeira e de alimentação artificial das praias com o objectivo de proteger o centro da Costa de Caparica e aumentar a capacidade destas praias, em estreita articulação com [...]

in Programa Polis, Costa da Caparica, Plano Estratégico


(1) Gröer, Etienne de, Plano de Urbanização do Concelho de Almada, PUCA, Análise e Programa, Relatório, 1946, mencionado em Anais de Almada, 7-8 (2004-2005), pp. 151-236.

Leitura adicional:
Contributos para uma História do Ir à Praia em Portugal
A caminho de um novo paradigma de praia: a Costa da Caparica nos anos 1920-1970

domingo, 20 de julho de 2014

Banheiros da Praia do Sol

Costa da Caparica, A praia 35 K de comprida, ed. Passaporte, 10, década de 1950.
Imagem: Fundação Portimagem

Tome-se nota do nome dos banheiros da nossa vastíssima praia que se estende desde a entrada da barra do Tejo até à Fonte da Telha:

Evandro Joaquim Ribeiro; Tarquínio António Martins;

EVANDRO
O MAIS ANTIGO BANHEIRO DESTAS PRAIAS

Costa da Caparica, entrada de praia, Sid Kerner, 1967.
Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa

TARQUINIO
ANTIGO BANHEIRO IDONEO
O MAIS CENTRAL

"Dragão Vermelho";

Costa da Caparica, Praia do Dragão Vermelho, ed. Passaporte, 95, décadas de 1970 — 80.
Imagem: Delcampe, Oliveira

Costa da Caparica, Praia do Dragão Vermelho, décadas de 1970 — 80.
Imagem: Delcampe

José Marcelino; António Gonçalves [Ribeiro, Tarzan da Costa],

António Gonçalves Ribeiro, Tarzan da Costa.
Imagem: Notícias da Gandaia

António Marques Gaspar, Pedro Solano de Almeida, Américo José Joaquim; "Vitória" e "Praia do Norte", pois todos eles vos poderão alugar, toldos, barracas ou fatos de banho por preços estabelecidos por tabela.

Costa da Caparica, Vista da praia com 35 k de extensão, ed. Passaporte, 13, década de 1960.
Imagem: Delcampe, Bosspostcard

Quando entrar no mar não tenha receio, porque pela vossa vida velam exímios banheiros.

Costa da Caparica, A Praia do Sol com 35 K de extensão, ed. Passaporte, 14, década de 1960.
Imagem: Delcampe, Oliveira

Atenda, porém, sempre os seus conselhos, e, nunca tome banho, senão passadas três horas das refeições. (1)

Costa da Caparica, verão 2009.
Imagem: AVM


(1) Correia, António, Roteiro da Praia do Sol, Jornal Praia do Sol, 1950.

Outras ligações:
Costa da Caparica no Facebook
Orgulho Caparicano no Facebook

Tarzan da Costa de Caparica Nascido para salvar

quinta-feira, 17 de julho de 2014

O baile

O vestíbulo da Sociedade em um pequeno compartimento; o bengaleiro no vão de uma escada, estava atochado de chapéus e abafos. Mais adiante junto à porta do salão de festas, uma mesinha: sobre o tampo um gordo livro — as quotas da colectividade.

Sociedade Filarmónica Incrível Almadense.
Imagem: Restos de Colecção

Rondavam dois homens graves e antiquados.

Dupont et Dupond.
Imagem: WillGoTo, © Hergé-Moulinsart 2009.

O Zé mostrou-lhes o cartão de associado, e passámos adiante.

— Ih, que enchente! — fez a minha irmã.
— Que calor!

Dançava-se à meia-luz. A colorir os pares, desciam do tecto dois focos azuis. Um ambiente encantador!

Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, vista parcial do festival, 4 de abril de 1959.
Imagem: Almada Intemporal

— Não se sentam? — perguntou o Zé.
— Quando acabar este fox, furamos a arranjar cadeiras... — esclareceu a namorada. — Está aqui muita gente à espera do mesmo!...

Toda a sala jazia mergulhado na penumbra — somente o cacho de dançarinos recebia a luz dos dois focos. Notei logo a Jacinta, de vestido verde de organdi até aos pés, cintado por uma barra do mesmo tecido.

Bailava nos braços de um rapaz alto, morenaço, colarinho de meia goma. uma figura muito fina.

Beauty and the Beast, Walt Disney, 1991.
Imagem: Gaia Online

— Estão cá rapazes de Lisboa! — disse a minha irmã.
— Ja viste a Jacinta?
— Tá zangada com o namorado... Baila com outro. pra lhe meter pirraça!...

Todo o ambiente era deslumbrante! Os cavalheiros, a resplandecer de brilhantina, engravatados, fotogénicos, trajavam paletós de moderno corte.

Elas, vaporosas, um traço rubro nos lábios, cabelos ondulados, mostravam-se estranhamente favorecidas pelo colorido.

Anastasia, Drizella and Lady Tremaine, Cinderella, Walt Disney, 1950.
Imagem: why so blu?

A atmosfera rescendia a tabaco, suor se perfumes.

— Que luxo, Delfina! Que luxo formidável! — ciciei, preocupada, receosa do nosso trajar.

No palco, os rapazes da orquestra concluíram o fox. Reacenderam-se as lâmpadas do salão, ao mesmo tempo que os focos azuis se sumiam, como que envergonhados de tanta claridade.

Sociedade Filarmónica Incrível Almadense, baile em 1959.
Imagem: Casario do Ginjal

Desfazendo o abraço, cada cavalheiro conduziu a respectiva dama ao seu lugar, agradecendo num respeitosa meneio de cabeça.

Que curioso! Os pares, agora banhados pela abundância de luz trivial perdiam todo o sumptuoso aspecto quase solene, que a penumbra e o colorido dos focos lhes emprestavam.

Afinal tudo caras conhecidas, corpos sem nada de especial: costureiras, raparigas domésticas, empregados do comércio, operários — umas e outros a trajar com sacrifício.

Nós, as sem cadeiras, furámos em onda, acotovelámos, pisámos os últimos dançarinos, ciosas de lugares.

Mas aparecia sempre qualquer mão a preservar os assentos vagos:
— Esse lugar tem dono!

Ou então:
— Essa cadeira é da minha filha, que foi lá dentro!... — E punham casacos sobre os tampos, amarravam lenços às travessas.

A Delfina, impaciente, tornou-se irascível:
— Seu?! Vossemecê, quando for pra casa, leva a cadeira?!...

Um cadeirão comprido saiu do balcão, em charola, sobre os ombros de dois membros da Direcção.

— Não chega pras encomendas! — disse uma rapariga de óculos, à nossa beira.
Ainda o móvel vinha a aterrar, já uma horda de braços se estendia, num atropelo feroz.

— Vacarronas! — rugiu a minha irmã, fora de si.

Une vache à la rédaction, Franquin.
Imagem: inediSPIROU

Suados, as gravatas torcidas nos peitilhos, as repas desarrumadas nos crânios, os membros da Direcção imploravam calma: "porque, felizmente, a Sociedade ainda possuía cadeiras para os sócios".

A mãe da rapariga de óculos rosnou: — Cadeirões velhos!... Vão buscá-los ao sótão!... Rasguei o ano passado um vestido novo!

Mas vieram mais quatro bancos corridos — e conquistámos assentos.

O pior foram as raparigas da primeira fila, agora relegadas para a segunda ordem de cadeiras:
— Nós chegámos primeiro! A primeira fila é nossa!... Saiam! Saiam...
Venham ca pra trás! — É o sais!...
— Saem, pois! — E, ajoujadas de abafos, abandonavam as posições, lançando mão aos nossos assentos. 

— Aí ninguém se senta! — E gritavam para as que iam adiante: — Reserva... Reserva aí três pra gente...

Anastasia e Drizella Tremaine, Cinderella, Walt Disney, 1950.
Imagem: The Mary Sue

— Alarguem-se! Alarguem-se — berrávamos nós, solidárias, enchendo o cadeirão — Aqui não põem elas o rabo!

— Ó Direcção! — clamavam as logradas.

Puxei a Delfina, já a agatanhar uma magrizela de Setúbal: rr, muitos rr, na sua voz de falsete. A Carminda e a mãe estavam nesse cadeirão — e não fizeram mais do que rir, rir muito.

E a paz e a arrumação só foram possíveis quando o presidente da colectividade, o Sr. Trigueiros, sujeito muito lido e de imenso prestígio associativo, foi ao meio da saia expor "a inconveniência de cenas de tal jaez".

O salão estava decorado de flores artificiais, dísticos, versos alusivos à Primavera. Colchas de seda, emprestados, ernbicavam da galeria. 

O palco não tinha o pano habitual! Um lindo cortinado cor-de-rosa, descida a meio da cena, encobria o quer que fosse na retaguarda.

Na ribalta, uma trupe de seis músicos, trajando à marinheiro. Um letreiro desenhado corria as estantes: "OS MARUJINHOS". (1)

Woodward-Davis Family Band, 1917.
Imagem: TempoSenzaTempo


(1) Correia, Romeu, Trapo Azul, Guimarães Editores, 1953, 231 págs.

quarta-feira, 16 de julho de 2014

Colecção Passaporte LOTY

A coleção geral de postais de António Passaporte, na qual se destacam reportagens temáticas ou regionais, intitula-se Colecção Passaporte LOTY.

No caso deste apontamento, relativo ao concelho de Almada, interessa-nos referir alguns postais de Lisboa que descrevem aspetos de Almada e as edições turísticas que cobriram as localidades de Trafaria, Caparica e Costa da Caparica.

Da edição relativa a Lisboa:

  • 020 n Farol de Cacilhas
    Farol de Cacilhas, ed. Passaporte, 20, 1957.
    Imagem: Arquivo Municipal de Lisboa
  • 025 n Panorâmica vista de Almada
  • 127 n Vista panorâmica sobre o rio Tejo
  • 195 n Fragatas e Bacalhoeiros no Tejo

Da edição relativa à Trafaria:

  • 001 i  Vista geral
  • 002 n  A praia à hora do banho
    Trafaria,  A praia à hora do banho, ed. Passaporte, 02.
    Imagem: Delcampe
  • 003 i  Vista parcial
  • 004 i  Ponte dos Vapores
  • 005 n A praia de banhos
  • 011 i  Um aspecto da praia
  • 012 i  A praia à hora do banho
  • 013 i  Praça da Republica
  • 014 i  Um Pôr de Sol na praia

Como particularidade, na série "Costa da Caparica", publicada desde finais da década de 1940, até meados da de 1960 ou 1970, devido à rápida mudança na paisagem construída ou do vestuário, por exemplo, António Passaporte teve a necessidade, ao longo do tempo, de integrar mais fotografias e de atualizar algumas imagens, de modo a manter a sua comerciabilidade.

À semelhança de editores anteriores — p. ex. Aliança Bíblica, aliás Acção Bíblica, aliás Casa da Bíblia — descrições tais como Aspecto da praia, A praia à hora do banhoVista geral, Vista parcial etc. por si mesmas fazem parte das memórias dos veraneantes recorrentes à Costa da Caparica.

Maior subjetividade foi a capacidade de Passaporte adjetivar as diversas vertentes naquilo que os seus postais representam: os turistas, descontraídos, observadores, os pescadores, atentos, atarefados, as ruas, movimentadas, discretas, as instituições, organizadas, úteis, em conjunto com o enquadramento, a exposição, a iluminação, e outras técnicas que dominava.

Conseguiu, assim, António Passaporte legar-nos uma fonte documental de valor atual inestimável.

Os postais foram comercializados diretamente ou à consignação pelos vendedores locais e, em determinada época, em lotes de 10 unidades, num envelope criado para o efeito.

Costa da Caparica, edição A. Passaporte.
Imagem: Delcampe, Oliveira

Foram também distribuídas no mercado as provas de autor, sem qualquer descrição ou identificação.

Os postais das diversas séries, segundo a localidade, foram numerados em arábico de forma crescente.

A numeração aparecia na margem inferior do postal, seguida da localidade e de uma pequena descrição.

Na mesma margem as reproduções mais antigas apresentavam a assinatura Passaporte.

As posteriores, foram assinadas também no canto inferior esquerdo mas no corpo da fotografia.

A indicação Loty podia ou não aparecer na frente do postal.

O tipo de letra usado também pode ser significativo, sendo, na maioria dos casos, cursivo nas primeiras edições, normal nas posteriores e itálico nas ultimas, respetivamente assinalados c, n, e i.

O conteúdo e a forma como estes elementos se apresentam permite-nos, de acordo com outras características, estabelecer o período em que os postais foram publicados, e a datação daquilo que representam.

Da edição relativa à Costa da Caparica (que inclui a localidade dos Capuchos):

  • 001 c Vista geral desde o Alto do Robalo
    Costa da Caparica, Vista geral desde o Alto do Robalo, ed. Passaporte, 01.
    Imagem: Pastéis de Al-Madan no Facebook
  • 001 c Vista panorâmica de Caparica
    Costa da Caparica, Vista panorâmica de Caparica, ed. Passaporte, 01.
    Imagem: Pastéis de Al-Madan no Facebook
  • 001 n Vista geral
    Costa da Caparica, Vista geral, ed. Passaporte, 01.
    Imagem: Delcampe
  • 002 n Bairro de Santo António e Foz do Tejo
  • 003 n Estrada para Cacilhas
  • 004 n Vista geral da Caparica
  • 005 n Partida dos Autocarros
  • 006 c Estrada de Cacilhas
  • 006 n Rua dos Pescadores
  • 006 i  Rua dos Pescadores
  • 007 c Terras da Costa e Cabo Espichel
  • 007 n Rua dos Pescadores
  • 007 i  Rua dos Pescadores
  • 008 c Vista parcial
  • 008 n Largo Comandante Sá Linhares
  • 010 c A praia 35 K de comprida
  • 012 n Caminhos da Praia
    Costa da Caparica, Caminhos da Praia, ed. Passaporte, 12
    Imagem: Fundação Portimagem
  • 013 c Vista parcial da praia
  • 013 n Vista da praia com 35 k de extensão
  • 014 c Vista parcial da praia
  • 014 n A Praia do Sol com 35 K de extensão
  • 015 c Vista parcial da praia
  • 015 n A Praia do Sol vendo-se a serra de Sintra
  • 016 c Aspecto da praia
  • 016 c Rua dos Pescadores
  • 016 i  Um aspecto da Praia do Sol
  • 017 c Rua dos Pescadores
  • 017 n Aspecto da Praia à hora do banho
  • 017 i  Aspecto da Praia à hora do banho
  • 018 c Hotel Praia do Sol
  • 018 n Vista parcial da Praia do Sol
  • 019 c Vista panorâmica de Caparica
  • 019 i  Vista parcial da Praia
  • 020 n O arraste de barcos pesqueiros
  • 021 c Ruínas do Convento dos Capuchos
  • 021 n Pescadores preparando as redes para embarcar
  • 021 i  Um aspecto da Praia
  • 022 i  Pescadores embarcando as cordas para as redes
  • 023 i  Criação de perús no alto dos Capuchos
  • 024 n Vista parcial e o Hotel Praia do Sol
  • 025 c Pescadores embarcando as redes
  • 025 n Alameda de Santo António
    Costa da Caparica, Alameda de Santo António, ed. Passaporte, 25, década de 1960
    Imagem: Delcampe, Oliveira
  • 026 n Bar Valverde na Mata
  • 027 n Uma Rua da Mata
  • 028 n Entrada à FNAT
  • 028 i  Entrada à FNAT
  • 030 n Convento dos Capuchos antes da restauração
  • 032 n Convento dos Capuchos
    Costa da Caparica, Almada, Convento dos Capuchos (após o restauro em 1952)
    Ed. Passaporte, 32
    Imagem: Fundação Portimagem

  • 033 n Um pormenor do Convento dos Capuchos
  • 034 n Jardim do Convento dos Capuchos
  • 036 n Jardim do Convento dos Capuchos
  • 037 i  Um pormenor dos Capuchos
  • 039 n Miradouro dos Capuchos e Caparica
    Costa da Caparica, Almada, Miradouro dos Capuchos e Caparica
    Ed. Passaporte, 39
  • 040 n A Caparica vista do Miradouro dos Capuchos
  • 041 i  Claustro do Convento dos Capuchos
  • 042 n Interior da Capela
  • 043 n Vista parcial da Praia do Sol
  • 043 i  Vista parcial da Praia do Sol
  • 044 i  Um trecho da praia
  • 045 i  Entrada ao refeitório da FNAT
  • 047 i  Capela da FNAT
  • 048 i  Praia da FNAT
  • 050 i  Recinto do Clube de Campismo de Lisboa
  • 052 i  Esplanada do Café Costa Nova
  • 053 i  Pôr de Sol e barcos pesqueiros
  • 054 i  Pôr de Sol
  • 055 i  Pescadores esperando a saída para o mar
  • 056 i  Pescador fazendo uma rede
  • 057 i  Miradouro do Convento dos Capuchos (cor)
    Miradouro do Convento dos Capuchos, ed. Passaporte, 57, 1966
    Imagem: Delcampe
  • 058    Aspecto da Praia do Sol (cor, sem margem, descrição no verso)
  • 059 i  Pescadores lançando as cordas para o arrasto da rede
  • 060 i  Arribação dos pescadores após o lançamento das redes
    Costa da Caparica, Almada, Passaporte, 60, Arribação dos pescadores após o lançamento das redes
  • 061 i  Regresso de pescadores (existe também versão a cores)
  • 064 i  Pescadores enrolando as cordas da rede
    Costa da Caparica, Almada, Passaporte, 64, Pescadores enrolando as cordas da rede
    Imagem: Fundação Portimagem
  • 065 i  Pescadores varando um barco
  • 067 i  Pescadores varando os barcos
  • 068 i  Pescadores arrastando o seu barco
  • 069 i  Pescadores transportando as redes
  • 070 i  Casa do Pescador e Monumento ao seu fundador
  • 072 i  Vista parcial e Rua dos Pescadores
  • 073 i  Vista geral do Bairro de Santo António
  • 074 i  Vista geral do Bairro de Santo António e Caparica
  • 076 i  Recinto da FNAT e sua praia
  • 077 i  Largo Comandante Sá Linhares
  • 078 i  Esplanada do Café Costa Nova
  • 088 i  Entrada principal para a FNAT
  • 090 i  Rua Dr Castro Freire
  • 092 i  Rua dos Pescadores
  • 094 i  O Transpraia
    Costa da Caparica, O Transpraia, ed. Passaporte, 94
    Imagem: Restos de Colecção
  • 095 i  Praia do Dragão Vermelho
  • 098 i  Transpraia e vista parcial
  • 099 i  Aspecto da Praia à hora do banho
  • 100 i  Colónia de férias da FNAT Pavilhão n° 1
  • 101 i  Colónia de férias da FNAT Parque infantil
  • 212    Praia do Sol com 35 K de extensão (cor, sem margem, descrição no verso)
  • 371    Arrastando o seu barco (cor, sem margem, descrição no verso)
    Costa da Caparica, Pescadores arrastando o seu barco, ed. Passaporte, 371
    Imagem: Delcampe
  • 615    O Transpraia (cor, sem margem, descrição no verso)
    Costa da Caparica, O Transpraia, ed. Passaporte, 615
    Imagem: Delcampe, Oliveira


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Cacilhas 1957, cliché Passaporte

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Arquivo Nacional Torre do Tombo: António Passaporte
Arquivo Municipal de Lisboa: António Passaporte

Outras referências: 
Fotografia de monumentos no Flickr, powered by Leaflet
Google search images: passaporte loty